A nova classe média africana

Pobreza abjeta aqui, opulência ali e, no meio disso, nada. Essa era a imagem comum das sociedades africanas até agora. Porém, em alguns países está nascendo uma nova classe média que pode transformar radicalmente o aspecto da África.



QUÊNIA

Piquenique no hipódromo - As apostas em corridas de cavalos entraram em voga no Quênia. Nos finais de semana, as pessoas visitam as pistas e se acomodam no gramado. Elas comem, esperam, admiram, jogam futebol ou tentam a sorte nos guichês de apostas. Conforme a renda de cada um, existem três tipos de arquibancadas: entre as tribunas caras, reservadas aos ricos, e o gramado gratuito para todos, ainda há uma área com guardas de segurança, cujo preço de entrada é equivalente a cerca de R$ 1,70, e que geralmente é frequentada por cidadãos de classe média.


ÁFRICA DO SUL

A nova diversidade - Em países florescentes, como a África do Sul, a criação de empresas aumentou aceleradamente. Também surgiram muitos supermercados modernos que oferecem uma diversidade de produtos até então desconhecida. A clientela se encanta, mas ocasionalmente também fica indecisa – como esses dois que parecem ter problemas na escolha de marcas desconhecidas na seção de produtos de limpeza.


1 - COSTA DO MARFIM
 
Esperança de tempos mais estáveis - Os maquis de Abidjan, mistura de bar, boate e restaurante, são pontos de encontro noturnos de estudantes e assalariados. Os jovens empresários da foto mantêm um local desses na rue Princesse, que, antes da eclosão da sangrenta luta de poder pela presidência, era uma movimentada rua de passeio. Agora eles esperam que a situação no país se acalme novamente – e que negócios como diversão e gastronomia voltem a prosperar.


2 - MOÇAMBIQUE

Olhares otimistas - Enquanto seus pais jantam na sala ao lado, as crianças brincam no salão e posam para a câmera. Elas são descendentes dos antigos senhores coloniais portugueses e vivem em um país cuja população tem 43% de pessoas com menos de 15 anos de idade.


Os salários aumentam e surgem novos empregos. Com eles também cresce a autoconfiança

 1 - QUÊNIA 

Bem cuidados e guardados - O apartamento pertence a Sally, de 33 anos, gerente de um restaurante chinês no centro da capital, Nairóbi. Ela ganha o suficiente para poder acolher duas sobrinhas e uma sobrinha-neta, que são cuidadas por uma babá. Além disso, ela tem uma faxineira em tempo integral. O prédio dispõe de um porteiro e é cercado por um muro alto encimado por arame farpado. O irmão de Sally e quatro de suas seis irmãs emigraram para os Estados Unidos e o Canadá. Sally permaneceu no Quênia, onde retomou seus estudos, e espera poder encontrar outro emprego – de preferência em uma organização de utilidade pública.

2- CASABLANCA 
 
A metrópole econômica, é um ímã para a nova classe média. Ela não atrai apenas emigrantes que retornam, mas também jovens adultos que buscam sua independência.

A África desperta compaixão e resignação. Os dois sentimentos não se aplicam mais

 
1 - Onde ontem ainda se estendiam pastagens de carneiros, hoje brotam conjuntos de prédios de apartamentos, como aqui, em Tamesna. O novo complexo habitacional, no noroeste do Marrocos, visa a descongestionar a metrópole de Rabat. O progresso faz com que as cidades se expandam por suas imediações.

2 - MARROCOS

Horas de lazer no parque - Domingo à tarde em Rabat, a capital do Marrocos. É hora de as famílias e os jovens casais passearem no parque municipal para desfrutar dos momentos tranquilos, que se tornaram tão raros para a maioria durante a semana. O progresso nos países africanos, tanto no norte, como no sul, altera o sentido do tempo. O ritmo está mais acelerado; a velocidade e a disponibilidade ditam cada vez mais a vida das pessoas. Desse modo, o crescimento econômico também influi na cultura cotidiana; um fenômeno que se manifesta primeiro nas cidades. As mudanças são particularmente acentuadas no Marrocos, cuja economia se beneficia de um acordo de associação com a União Europeia – que não deverá ser influenciado pelos mais recentes distúrbios políticos.

 
Fonte: http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/28/artigo227202-1.asp

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