Operários de Belo Monte

Operários de Belo Monte voltam ao trabalho após semana de greve

RIO — Após uma semana de paralisação, os operários da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, voltaram ao trabalho na manhã desta quinta-feira. Segundo representantes do movimento Xingu Vivo, que acompanha a situação nos canteiros, a decisão dos grevistas foi motivada pelo medo de demissões e da repressão policial.

Trabalhadores e o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), responsável pela obra, concordaram em retomar as negociações no dia 10. Os operários ameaçam voltar à greve caso suas reivindicações não sejam atendidas até o dia 16.

Segundo Ruy Sposati, do Xingu Vivo, o consórcio tem feito circular pelos canteiros panfletos condenando a paralisação, além de ter ameaçado os trabalhadores com demissões. Os operários também reclamam da presença ostensiva de policiais nas obras e em manifestações. Na quarta-feira os grevistas fecharam a rodovia Transamazônica, e os policiais tentaram fazê-los retornar aos canteiros de obras.

Cerca de 7 mil dos 9 mil trabalhadores das obras de Belo Monte estavam em greve, de acordo com a ONG. Entre as reivindicações dos operários estão a estabilidade dos grevistas após a volta ao trabalho, equiparação salarial entre os funcionários que realizam as mesmas funções, depósito do salário em conta corrente, plano de saúde, redução de seis para três meses do intervalo de folgas para visitar a família e o fim da presença policial nos canteiros.

A greve em Vitória do Xingu (PA) começou em 29 de março por melhores condições de trabalho. A morte de um operador de motosserra durante o trabalho na tarde do dia seguinte estimulou a adesão dos operários à paralisação.


Fonte: OGLOBO

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